O espanhol que nos salvou em Budapeste

Comunicação é uma arte

A dona do hostel, que só falava o dialeto húngaro chamado magyar, como não conseguia entender o que dizíamos, solicitou a presença de sua ajudante, e essa outra senhora teve a brilhante ideia de lembrar que uma das hóspedes fala vários idiomas, entre eles o espanhol, o inglês e o húngaro, ela virou uma referência entre nós e a Sra. Igya, uma doce senhora idosa que não sabia o que fazia para nos agradar.

A princípio, por ficar longe do centro de Budapeste, aquele lugar não parecia ter sido uma boa escolha, mas no dia seguinte já percebíamos o quanto havia sido enriquecedor ter ficado ali, saímos todos os dias e na volta passeávamos pelo bairro, onde basicamente apenas moradores eram evidenciados no local. Um bairro florido, muito arborizado, muito bem cuidado e com muitos, mas muitos idosos, aquelas casinhas bem cuidadas, com árvores frutíferas no quintal e nas ruas.

Amamos ter ficado nesse bairro, mesmo gastando cerca de 30 minutos para chegar aos principais pontos de interesse. Budapeste é uma cidade cheia de esculturas, pode-se observar a educação primorosa das pessoas no transporte coletivo e em todos os lugares por onde passamos. Amei e quero voltar mais vezes. Não nos adaptamos com nosso café da manhã (pepino cortado fino, tomate, páprica e uma linguiça escura) tudo isso gelado e sem tempero, para ser colocado no pão. Como sobrava mais do que era consumido, a encantadora Sra. Igya solicitou que a nossa correspondente poliglota perguntasse por que não comíamos tudo, que aliás, a quantidade disponibilizada daria para umas seis pessoas, informamos que por mais que nos esforçássemos, aquele café não estava sendo muito favorável ao nosso paladar, então ela pediu para perguntar o que queríamos comer, informei que poderia ser pão, leite e alguma fruta. No dia seguinte montou uma mesa com: alguns tipos de chás, várias frutas, frios, sucos, chocolate em pó, iogurtes, virou um verdadeiro café da manhã de hotel cinco estrelas, difícil foi ela aceitar que não conseguiríamos ingerir toda aquela quantidade!